Camille: minimalismo




Camille (Camille Dalmais) é uma cantora e compositora francesa, nascida em 1978, que tem até agora 3 álbuns.
O primeiro disco de Camille (Le Sac Des Filles) parece uma tentativa de alcançar certa popularidade e certo respeito, de forma que isso pudesse proporcionar a ela, no futuro, a liberdade para fazer o que ela realmente queria. O segundo disco (Le Fil) é bem menos popular, cheio de construções criativas e de músicas bastante originais, como "Janine", que é partida em 3 partes ao longo do disco.
Além disso, o traço mais notável do álbum é o tom contínuo que percorre todas as músicas, um som que inicia e termina o disco, sem parar de soar, como um fio, daí o título do disco, "Le fil". Esse som contínuo, bem como outros traços minimalistas dessa segunda obra de Camille, funciona como um embrião do que viria a seguir. O terceiro disco da cantora (Music Hole), lançado em Abril de 2008, possui músicas completamente minimalistas, estão nelas os traços principais do movimento. A repetição de um mesmo som, ou de uma melodia, ou ritmo, repetidamente, é característica principal de todas as músicas. Os ritmos se tornam quase hipnóticos, assim como as melodias, de forma que as canções parecem ser músicas de 20 segundos que se repetem por 3 ou 4 minutos.



Além disso, há uma repetição estrutural: todas as músicas acabam de forma diferente de como caminham, de modo que os sons repetidos durante a música são de certa forma tomados por outros completamente diferentes. Essa repetição é mais um traço minimalista.

Algo semelhante se dá na pintura. Enquanto na música a economia é de sons, ritmos e melodias, na pintura é de cores e formas. O minimalismo se estende ainda por outras artes: a arquitetura, a escultura, a literatura, e até o cinema.

O minimalismo de Camille, claro, não é o mesmo da música clássica, campo em que é mais praticado. Já que se trata de música popular, as canções de Camille não possuem o mesmo modelo de construção que uma sinfonia, por exemplo, de modo que a repetição parece menos ativa, às vezes até parecendo um comentário irônico sobre a repetição na música pop.



Embora esse disco tenha grandes méritos, Camille parece ter alcançado o equilíbrio perfeito entre o original e o agradável no segundo álbum, o melhor dela até então.

Um comentário:

Anônimo disse...

negão,
vc é responsável por aqui
q indica!
Vou conferir depois
e comento contigo.
Abração
astier